sexta-feira, 7 de julho de 2017

20 anos depois, troca dos bebês de “Por Amor” mobiliza noveleiros outra vez; relembre

Capítulo desta quinta-feira (6) de “Por Amor” traz a cena da troca dos bebês de Eduarda (Gabriela Duarte) e Helena (Regina Duarte)

Nesta quinta-feira (6), às 23h30, o Viva exibe uma das sequências mais memoráveis da história da teledramaturgia brasileira: a troca dos bebês de “Por Amor”, o momento em que a abnegada Helena (Regina Duarte) substituiu o filho morto de sua primogênita, Eduarda (Gabriela Duarte), por seu herdeiro temporão. Com este entrecho, Manoel Carlos lançou a grande questão da trama, amplamente repercutida nas chamadas de divulgação: “do que você seria capaz por amor?”.

O ato de Helena causou admiração e revolta. “Como é que você pode achar que o seu amor pela sua filha era maior do que o meu amor pelo meu filho?”, ponderou Atílio (Antonio Fagundes), o esposo da decoradora que tanto sonhava com uma criança, diante da revelação de seu gesto de dedicação extremada e de egoísmo vil. A mesma pergunta “martelou” a cabeça de todos os brasileiros, da exibição original da sequência, em 11 de dezembro de 1997, até o último capítulo, em 22 de maio de 1998.

“A ideia nasceu durante um papo com amigos. Falei uma frase de Balzac que dizia que a abdicação de uma mãe ou é uma coisa monstruosa ou um ato sublime. Teve gente que disse que faria qualquer sacrifício por um filho, que na dúvida entre jogar a boia no rio e salvar o marido ou o filho, jogava para o filho. Eu também faria qualquer coisa por um filho. Marido não é nada, não tem o mesmo sangue”, comentou o autor em entrevista ao jornal “O Globo”, de 7 de dezembro de 1997.

A sinopse de “Por Amor” foi entregue à Globo em 1983, com produção agendada para o ano seguinte. Mas, abalado com a morte do amigo Jardel Filho, protagonista de sua novela, “Sol de Verão” (1982), Manoel Carlos deixou a emissora, regressando apenas em 1991. No projeto inicial, o desfecho era bem diferente do que este que o público verá no Viva em dezembro. Lá pela metade da trama, Eduarda morreria e Helena se via diante de um dilema ainda maior: assumir ou não que o “neto” era seu filho.

O desenvolvimento previa uma disputa judicial entre Helena e Marcelo (Fábio Assunção), viúvo de Eduarda e acertado com a ex-namorada, Laura (Vivianne Pasmanter). O filho de Branca (Susana Vieira) terminaria por abrir mão do pequeno. Duas décadas atrás, Maneco ensaiou manter este plano, abrindo outra discussão, bastante pertinente para aquele tempo: após a morte de Eduarda, suas córneas seriam transplantadas para Sandrinha (Cecília Dassi), sua meia-irmã.

Inicialmente, Eduarda encontrou rejeição no telespectador, por conta de seu comportamento mimado, agressiva com a mãe esmerada e complacente com a sogra megera e o marido machista. Uma página na internet, “Eu odeio a Eduarda”, incitava os visitantes a enviar e-mails para o autor da novela e hospedava um jogo de tiros virtuais contra a mocinha. O brilhante desempenho de Gabriela Duarte, e os tropeços do personagem Marcelo, reverteram a situação.

Até Hebe Camargo, em seu sofá no SBT, defendeu a “vida” da garota. Coube a Manoel Carlos buscar outra saída para pôr fim ao grande drama de “Por Amor”. A cena da troca em si, com 45 pontos, não deu recorde de audiência à novela; rendeu sim, em repercussão, além dos protestos da comunidade médica, por conta do envolvimento do obstetra César (Marcelo Serrado) no episódio. Os dois últimos capítulos, contudo, “bombaram”; 58 e 57 de média, respectivamente.

Quase cinco anos depois, em “Vale a Pena Ver de Novo”, chegou a 32, índice que a novela das oito de então, “Esperança”, penava para conseguir. É evidente que o Viva, por ser um canal fechado, não irá alcançar índices semelhantes – nem a Globo, TV aberta, os atinge mais. Mas que não há dúvidas que “Por Amor” mobiliza, outra vez, a atenção do público, não há. Aos interessados, o Viva avisa: comentem no Twitter, esta noite às 23h30, com a hashtag #TrocaDosBebêsPorAmor.

por Duh Secco
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